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SlowLiving

Oi pessoal!! Tudo bom?! Todos em quarentena dentro de casa? Hoje o tema é muito propício e por incrível que pareça esse texto já estava pronto há mais de 15 dias… Eu me inspirei com a última publicação da Mari aqui no blog, sobre decorar com calma. O tema me fez parar para pensar e eu acabei ligando as ideias com o conceito de Slow Living e Mindfulness!! Já estão familiarizados com estes termos?! Atenção plena ou Mindfulness é o exercício de se concentrar no momento presente, mantendo uma constante consciência do agora – nossos sentimentos, emoções, desconfortos, ambiente, entre outros e Slow Living é um movimento que prega uma vida mais tranquila, sem pressa e surgiu a partir do conceito do Slow Food que tem como meta incentivar uma mudança nos hábitos alimentares da população. Ele foi criado em oposição ao grande ícone da vida pós-moderna, que é o símbolo mais eloquente da cultura do imediatismo, o “fastfood”.

Em tempos normais, nosso cenário é acordar todos os dias com um ritmo alucinante, sintonizados com a velocidade e guiados pela máxima: “tempo é dinheiro” . Em resposta a este frenesi, surgiram então estas experiências contestatórias como SlowLiving, SlowDesign, SlowTravel, SlowFashion, que buscam recuperar a qualidade de vida, a paciência e a contemplação dos atos cotidianos. E que ao meu ver, somam com a prática de exercícios que nos ajudam nesta tarefa, como a atenção plena ou Mindfulness.

Entre estes novos movimentos, surgiu também na Itália em 1999 O “Slow City”, ou “Cittaslow”, que congrega 176 cidades em 27 países, entre eles: Alemanha, França, Gra-Bretanha, Itália, Holanda, Portugal, Finalândia, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Turquia, China, Canadá e Estados Unidos. Cada cidade se compromete a trabalhar para alcançar diversas metas, como:

  • Melhorar a qualidade de vida pessoal no ambiente urbano
  • Proteger o meio ambiente
  • Resistir à homogeneização e globalização dos povos
  • Promover a diversidade cultural e singularidade de cada cidade
  • Oferecer condições para uma vida mais saudável

Para tornar-se membro, a cidade deve avançar na garantia de um estilo de vida calmo. E uma vez inscrita, pagam anualmente pela participação. Considerando a singularidade de cada cidade, elas são divididas em três categorias: Povoado Cittaslow (para menos de 50 mil habitantes), Partidário Cittaslow (para mais de 50 mil habitantes) e Amigo Cittaslow (para indivíduos e famílias que promovam seus princípios).

Panorama da cidade de Orvieto, na Itália.

Em Orvieto, a 131 km de Roma, está a sede do Movimento Cittaslow. Sob o lema: “Pequena cidade, grande história”, esse povoado soube aproveitar seu contexto regional, salvaguardando as características que o destacavam: paisagem, arquitetura, campo e gastronomia. E tais atributos são difundidos para captar potenciais visitantes e residentes que buscam uma vida “intensamente simples”.

Vale do Sonoma, Califórnia.

Do outro lado do atlântico, na Califórnia, os habitantes do Valle de Sonoma também aderiram ao movimento. “Sonoma resolveu manter os próprios valores em vez de ser uma cidade genérica”, expressa Gary Edwards, presidente da associação local. “Nosso povo apostou em sua singularidade para crescer, independente de tendências e atento à sua história”.

Centro de Sonoma, Califórnia.

Com o movimento slow, as cidades desfrutam do silencio, preservam as tradições, o patrimônio e o ambiente, privilegiam o lazer e a calma. Elementos necessários para uma vida plena e para que estejamos presentes!! Ironicamente estamos passando por esse momento agora, forçados a ficar em casa por causa do Covid-19, estamos presenciando exatamente isso, uma cidade mais calma e silenciosa. Para quem tem acompanhado o noticiário, essa pausa mundial já surtiu efeitos positivos na natureza, as águas dos canais de Veneza ficaram mais claras, a qualidade do ar vem melhorando significativamente em diversos pontos do mundo, os níveis de dióxido de carbono e dióxido de nitrogênio no ar diminuíram drasticamente – graças, entre outros, ao cancelamento do tráfego aéreo e a diminuição de trânsito de carros pelas ruas. Talvez tenhamos que aprender na marra o conceito de SlowLiving, talvez essa seja a solução e o novo caminho que devemos seguir daqui para a frente, quem sabe?

Orvieto, Itália

Outro movimento relativamente novo, dentro destes conceitos “slow” e que vem, aos poucos, se destacando entre a comunidade arquiteta é o Slow Architecture, que significa uma construção mais orgânica, gradual, inversa ao padrão das grandes metrópoles a que estamos nos acostumando em que prédios sobem com uma agilidade fora do comum, bloco após bloco, com o intuito da obra ser concluída o mais rápido possível a fim de gerar lucro para os investidores e para a cidade como um todo.

Quem segue os preceitos do Slow Architecture cria uma obra conectada ao meio ambiente, ao clima local. Como consequência, coloca o bem-estar da população como prioridade em um movimento que tenta alinhar o crescimento econômico à sustentabilidade.

O arquiteto Andrew Power, quis unir o conceito de Slow Architecture com Slow Living em um único projeto na Austrália. Segundo ele, em um mundo cada vez mais cheio de informação, ruídos e objetos, precisamos refletir sobre espaços vazios. Com o projeto desta casa, ele acredita que espaços amplos e vazios nos levam a uma experiência de pausa que atrai a atenção ao presente. É uma reflexão na prática sobre o mindfulness na arquitetura.

Casa executada na Austrália. Projeto do arquiteto Andrew Power.
Casa executada na Austrália. Projeto do arquiteto Andrew Power.

Sabe quando você vai até a cozinha e esquece o que queria fazer lá? Nesta casa, a ideia é diminuir esse problema. “A consciência repentina de estar entre dois ambientes pode interromper a ação. Podemos nos lembrar de algo que precisamos fazer, ou ser lembrados de algo importante. Este é o propósito destes quartos vazios”, explica.

Casa executada na Austrália. Projeto do arquiteto Andrew Power.

Suspensa do solo, a casa se divide em três volumes principais. Living, quarto e quarto de hóspedes. Entre eles há espaços vazios justamente para que cada morador tenha a mente limpa para refletir.

Casa executada na Austrália. Projeto do arquiteto Andrew Power.

E aí, o que você achou deste projeto?! Sente falta de mais espaços vazios em sua casa?! Acha que eles ajudariam a esvaziar sua mente e praticar a atenção plena?! E isso seria um atrativo neste exato momento de Pandemia ou motivo de ansiedade, tanto espaço e tempo para refletir? E mais, viveria em uma Slow City?? Conta aqui para mim nos comentários!!

Fiquem bem pessoal, cuidem-se e em breve estaremos todos juntos novamente. É apenas uma fase e vai passar! Aproveite este tempo em casa e estude mais sobre Mindfulness, o conceito exige um exercício diário para estar sempre atento e presente, mas ajuda muito a saúde mental, tão necessária em tempos como este que estamos vivendo.

Um beijo e até a próxima!

Cami.

Fontes: Archdaily Brasil – Casa Vogue

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